23.12.08

Esse meu momento natalício que...

…é a primeira vez que partilho com alguém.
São precisamente 3 horas da manhã. Sentado no escuro onde o que só ilumina a sala são as glorificas luzes da Árvore de Natal que, como sempre, a minha mãe capricha na ornamentação. Não se passa um Natal que não o faça, quando já todos estão a dormir, ao som de boa música. Desta vez, de novo, melodias de Natal. Só que desta vez lembrei-me de registar o momento, e partilhá-lo com quem sentir curiosidade.
Colocando o computador no colo e abrindo o programa de escrita fui escrevendo…Numa época onde se alegram os céus, apesar da chuva e do vento, todos andam felizes. Como se costuma dizer: o melhor da festa é esperar por ela. Eu acrescento o melhor da festa é esperar ansiosamente por ela, e vivê-la intensamente. Adoro o Natal! Adoro tudo o que ele transmite. Adoro como as pessoas se cumprimentam. Sempre com um sorriso, como se os votos de “Boas Festas” lhes estivesse, naquele preciso momento, a fazer lembrar a magia que esta Festa já os acarretou e imaginado a que os vai provocar dentro de dias.
Momento de família, de união, onde só se fala de coisas boas, no melhor que a vida nos dá. Esquecendo sempre que na vida nem sempre tudo nos sorri. Adoro o Natal! Adoro esse meu momento anual. Onde sem sorrisos, sem pessoas alegres, sem cumprimentos, fica difícil não lembrar dos que menos podem. Dos que, como vi numa reportagem da TV, ficam deprimidos nestas épocas. Consigo classificar, mas nunca quantificar o que pensam e o que sentem. Penso logo, o quão sorte tive comparando-me com tantos outros, que nesse preciso momento estão em lugares e em condições, que nem ouvir uma simples melodia de Natal podem fazer.
Não peço mais. Não quero natais supérfluos, que só desumanizam o real espírito do nascimento. “Só” isso chega! Quero-o sempre todo o ano.
E vou ter! Aventuram-se a acompanhar-me?
Mais uma vez: que o espírito natalício perdure sempre…BOAS FESTAS (acabei de me lembrar).

6.11.08

RTPN: "de notícias se faz o mundo"

Vi esta frase no canal de notícias da RTP. Uma frase que fazia referência ao próprio canal.

Mas as notícias não são acontecimentos de pessoas? Não são preparadas por pessoas? Não são relatadas por pessoas? Para que outras pessoas as vejam e interpretem.

Não podia estar mais em desacordo com esta frase. Acho que é dimensionar o mundo somente àquilo que nos é mostrado pela comunicação social todos os dias. E que, como é sabido, muitas vezes são preparadas e transmitidas sem haver qualquer tipo de imparcialidade.

Sem pessoas não há notícia. Sem pessoas não há criação. Sem pessoas não há sentimento. Sem pessoas não se dá desenvolvimento. Não existe continuação. Não existe mudança. Tudo hoje na vida não tem a mão do Homem?

Não seria mais correcto e mais completo dizer que: de pessoas se faz o mundo?

8.10.08

Será (apenas) uma mudança?

Muito se fala na crise económica. Na possível queda do Capitalismo. Oxalá.
Mas francamente. Será mesmo que cai? Ou simplesmente estamos numa fase de mudança dos "donos do mundo"?

1.7.08

Merecemos melhor!

O Concelho da Povoação tem um conjunto de particularidades, que comparando, um a um, com outros concelhos da região, não encontramos igual, é único. Cada freguesia deste concelho detém de uma característica, ou várias, que a distingue das outras.
A Ribeira Quente não é excepção. A Ribeira Quente tem muitas particularidades que são conhecidas e reconhecidas por todos, principalmente nesta época do ano. As pessoas, que são acolhedoras, sabendo receber quem os visita, até porque acabaram por se habituar a isso. Desde sempre se habituaram a ver forasteiros descer em direcção à sua freguesia com o intuito de desfrutar destas particularidades.
Ao longo da estrada os espaços de piquenique, onde não há fins-de-semana no Verão onde não estejam todos preenchidos. A praia que para muitos micaelenses – embora sem bandeira azul, o que só entristece os que gostam da Ribeira Quente – é uma referência. Pela sua qualidade da água, pelas infra-estruturas adjacentes, pelo local, pelo comércio onde se pode desfrutar de um bom final de tarde, depois de um excelente dia de praia. Todas umas particularidades que são invejadas por muitos e que deixam saudades de ano para ano.
Aproveitando, também, para fazer um pouco de publicidade. Faz agora 20 anos que esta freguesia ganhou mais uma particularidade, a Semana do Chicharro, ou como agora se chama, a Festa do Chicharro. Um festival de Verão que ganhou, de tal forma, uma grandeza tal, que já passou a tradição, já é passagem obrigatória. Festival de referência regional, quer pelo seu belo local, quer pela sua data. Festival que já trouxe junto de nós o que de melhor se faz em Portugal a nível musical, e não só. Festival que faz deslocar à Ribeira Quente pessoas que muitas vezes assustou pela quantidade. Festival que orgulha o povo da Ribeira Quente, principalmente o povo mais jovem. Festival que por todas estas causas citadas, merece toda a dedicação e todo o respeito de quem o organiza. Toda uma dedicação para que as expectativas de quem escolhe esses dias para passar bons momentos sejam atingidas, e todo o respeito para com aqueles que, no fundo, o representam, que é o povo da Ribeira Quente. É este que representa toda a cultura do festival, que representa toda uma freguesia, é este que sofre quando as coisas não são como deveriam ser, quando não são como eles merecem. Como o Concelho merece, até porque é um festival que acaba por orgulhar todo um Concelho.
Por tudo isto e por tudo o que, ultimamente, andam a fazer com ele é caso para dizer: merecemos melhor!

23.6.08

Sardinhada GRH 2008

No passado dia 21 de Junho, como é tradição na comunidade ISMAIATA RH, realizou-se um grande encontro, um encontro de todos os que de alguma forma estão ligados à licenciatura de gestão de recursos humanos do ISMAI. Realizou-se a grande Sardinhada.
Como é costume, desde a entrada de Bolonha, no curso, cabe ao 2º Ano deste curso organizá-la. Este ano foi a nossa vez. Este ano coube-nos a nós preparar tudo para que este ano não fosse nenhuma excepção. Coube-nos a nós a árdua responsabilidade de superar as excelentes organizações de anos transactos.
E conseguimos! Deu trabalho, muito trabalho, quer no antes, no durante e no depois. Mas conseguimos! Cansaço físico, a preocupação inerente a um evento desta envergadura. No durante, medo de que alguma coisa pusesse em causa todo um esforço. Mas conseguimos! Demos provas de que somos capazes, mostramos, mais uma vez, que a comunidade ISMAIATA RH está viva. Mostramos aos nossos antecessores de que fomos capazes de dar continuidade à grande tradição deste curso, e transmitimos aos que se seguem de que vale a pena todo um trabalho e todo um esforço.
Pessoalmente, a vontade de me sentir útil neste evento sempre foi grande, desde a primeira vez. Toda a preocupação que tinha foi desaparecendo ao longo de todo o dia. Ficou lindo o ISMAI! E o cansaço físico desapareceu com a chegada das primeiras pessoas, faltava mais uma etapa, a principal, a etapa para que nos disponibilizamos, a etapa que todos esperavam. Acho que tal como todos, dei o meu melhor. Estamos e devemos estar todos com um sentimento de dever cumprido. Estamos de parabéns!
Agora…venha o magusto!

26.4.08

"O Papalagui"


Nome de personagem de desenho animado. É assim que classifico o nome que nos é dado por Tuiavii. Não só pelo nome em si, mas também pelo que ele simboliza.
O livro “O Papalagui”, representa, de entre tudo o que eu já vi escrito e tudo o que já ouvi dizer de nós ocidentais, a maior critica alguma vez feita. Sobre o ponto de vista de um chefe de tribo, a de Tiavéa – mares do sul – um indígena, com crenças muito fortes no “Grande espírito”, aceitando tudo aquilo que ele o envia sem questionar, ou até mesmo pensar nisso.
Dizemos nós que vivemos numa civilização. Ora bem, civilização significa estado do progresso e cultura social. Civilização é uma palavra derivada do verbo civilizar, que por sua vez significa tornar civil, educar.
Não sou uma pessoa vivida, com experiências que possam surpreender ninguém, mas desde que me lembro de mim a palavra educar era sempre utilizada num bom sentido, no sentido da educação, da boa educação, e que daí derivam atitudes, importantes numa sociedade, como o respeito. Pelo menos é assim que normalmente somos educados. Respeito por tudo e todos. Mas isso é coisa que este indígena acha que não existe onde vivemos. Não acho que seja generalizável, mas não deixa de ser uma realidade.
Este livro, demonstrou-me que o acto de educar também tem o seu lado negativo, pode-se educar para o mal também, e não precisamos de ir ao Oriente, ver, por exemplo aquelas crianças a serem treinadas para matar. Elas estão, de certa forma a ser educadas, e também por definição, estão a ser civilizadas. Simplesmente são culturas diferentes, valores diferentes, modos de levar a vida diferentes (que não deixo de repugnar).
Tuiavii usa estas frases:
· “A verdadeira divindade do homem branco é o metal redondo e o papel forte a que ele chama dinheiro”.
· “O Papalagui é pobre porque está obcecado pelas coisas. Já não pode passar sem elas.”
· “Correm desvairados de um lado para o outro como se estivessem possuídos pelo aitu[1].”
Será que ele não tem razão ao dizer isso sobre nós? Será que nós não passamos os dias obcecados por tudo e por nada, obcecados demais por coisas supérfluas não olhando, muitas vezes para quem nada tem? Ignorando estes, por vezes, como se de uma espécie inferior fossem? Será que nós, por vezes, ignoramos essas críticas exactamente por elas serem o nosso “calcanhar de Aquiles”?
A vida faz-se caminhando, como já à muito o ouvimos. E nós viemos do mesmo, caminhamos para o mesmo, somente tomamos caminhos diferentes nesta longa caminhada que é a vida. E isso faz com que a espécie humana seja a espécie animal com mais subespécies do mundo? Pois não deveria ser.
Será que a nossa cultura social e a nossa civilização são as melhores? Será que somos nós que estamos certos?

[1] Diabo

6.3.08

Parece que o sítio na internet da Associação Cultural Seara Verde voltou à sua normalidade...

Ao menos isso...

4.3.08

E, infelizmente, é assim...

Costuma dizer-se que tudo o que começa acaba. Pois eu não sou muito desta opinião, ou melhor, não consigo ser desta opinião, por mais que veja coisas a começar e a acabar como se de portas a abrir e a fechar se tratassem. Naturalmente que é uma hipérbole, mas parece que é preciso começar a exagerar um bocado para que se comece a prestar atenção ao que realmente acontece no nosso Concelho da Povoação. Estou, naturalmente de acordo que a vida é um exemplo do que começa e acaba, isto é uma certeza. Mas neste caso nada se poderá fazer, não cabe ao Homem decidir isso. Noutros casos sim. Noutros casos cabe somente e, repito somente, ao Homem decidir o início e o fim das coisas.
Como estou ausente da Povoação, por estar a estudar fora, costumo ler a imprensa diária, semanal e mensal de toda a Região em formato digital.
O jornal Seara Verde era um exemplo dessa imprensa. E fiquei triste por não vir a público a sua última edição, “por falta de quórum”. E mais ainda, reparei que a página de internet da Associação Cultural Seara Verde está fora do ar. E pelo que se apresenta, por falta de pagamento da página. O que é muito triste.
Alguém tentou perceber o porquê? Alguém tentou perceber as razões, e digo, as verdadeiras razões. É porque se existe falta de quórum é porque não foi só o director do jornal que saiu, saíram mais pessoas. Quem foram? Porquê? Será que ouve algum conflito entre eles? Quem sabe…
É triste não ver este Jornal. É triste ver que há pessoas que se metem em associações como estas e que não cumprem os seus deveres até ao fim. A isto chamo falta de respeito. Falta de respeito para com a organização em si mesma e falta de respeito para com a população, e inclua-se, como é obvio, os não residentes, os nossos emigrantes, que se vêm privados do jornal, com mais tradição no Concelho e que lhes mostra as notícias do mesmo. Sendo ele, também, um espaço onde as pessoas se podem exprimir livremente.
Parece que vão para lá atrás de algum protagonismo no Concelho, muitos deles, se calhar, não tendo sequer noção do que se trata, não tendo noção que aquilo é de serviço público e não para serviço próprio, não honrando assim o estatuto que lhe foi concedido. É triste ver isso, mais vale ficarem quietos. Ou então escolham-se melhor as pessoas, criem-se melhor as equipas, para que estas se mantenham unidas para o bem e para o mal. Para que situações destas não aconteçam, que em nada dignificam a Associação, o Jornal e, claro, quem o representa.
Há pouco tempo, foi notícia internacional devido à organização do Congresso de Imprensa não Diária, apoiado até pelo Governo Regional. Tudo belo e bonito, e agora? Nada... Costuma dizer-se: “zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades”. Será que foi o caso? Será que ainda iremos saber mais alguma coisa? Os atentos, à espera ficarão, sem dúvida.

29.2.08

Mestres vs. Exemplos



Hoje, tal como faço diariamente, dou uma olhada em algumas publicações diárias da Região.
Deparei-me com um pequeno artigo de opinião, que pelo seu tamanho não diminui em nada o seu teor.
Tem como título “Mestres” e foi escrito por Maria do Céu Patrão Neves no Jornal Diário.
Quantos de nós não olhamos para alguém, não ouvimos alguém, e não vemos ali um exemplo. Por vezes, um exemplo só mesmo a ser tomado em consideração, não necessariamente um exemplo a seguir, mas mesmo assim, um exemplo, um ensinamento.
Mestre é sinónimo de grande, de importante, de exemplar.
Esta é uma categorização atribuída a Homens que davam o exemplo. Que, no modo empírico mais puro, era líder. Temos o exemplo do mestre de uma embarcação, tão comum na nossa Região. Igualmente comum temos o mestre artesão.
Mestre é um seguinte, é uma pessoa que marca. Mestre é professor.
Todos têm pelo menos um mestre na sua vida. Mestre é aquele “exemplo de vida” que tanto se diz, mesmo não tendo noção do próprio conceito de mestre.
E quem tiver aberto à aprendizagem, tiver a humildade de admitir que se pode aprender diariamente, irá encontrar mestres toda a vida, mesmo que estes já tenham partido à muito.
Tenho a felicidade de ter encontrado aqueles a quem chamo “os meus mestres”. Aqueles que para mim são os tais “exemplos de vida”, aqueles que diariamente me ensinam mais um bocado, e que me ensinaram muito. Espero que me ensinem ainda mais e que toda a minha vida encontre exemplos, pelo menos, tão bons quanto eles.
E agora veio-me à cabeça o ditado: “Se vieres por bem Deus te abençoe. Se vieres por mal Deus te perdoe”. Apesar de que as vindas menos boas, também são bem vindas, nem que seja para que os conceitos de “fazer o bem” e “fazer bem” se enraízem cada vez mais.
Aproveito para agradecer a todos os que me ensinaram e que me ensinam. E também para pedir mais.