30.9.07

Povoação Actual





O Concelho da Povoação parou. De há anos para cá que se tem notado uma acentuada regressão no nosso concelho, ainda mais quando comparado com os concelhos mais próximos, e isso é do conhecimento e acordo de todos. E só não o vê quem não quer ou quem não lhe convém ver. Sem dúvida que o maior cego é aquele que não quer ver, o que é, sem dúvida, muito mau para todos.

Passou mais um Verão, mas com ele não passa a mágoa de que não foi, de todo, um bom Verão. Um Verão convidativo àqueles que nos escolhem todos os anos para umas merecidas férias, ou simples passeio. A Povoação não está habituada ao “vazio” que se fez sentir este ano, a Povoação e os povoacenses não podem, nem devem estar habituados a este “vazio”.

Em praticamente todos os povoacenses reinava a frase: “não se faz nada”, e nos restantes, já poucos, reinava o conformismo, uns porque não podem, outros mais uma vez porque não convém. Nos visitantes e nos nossos emigrantes havia a frase: “A Povoação já não é o que era”, frase essa que dos nossos emigrantes era dita com alguma tristeza, infelizmente.

A nossa Povoação já foi o local onde no Verão se enchia de visitantes (inclua-se, claro, os nossos emigrantes). Era, também, a primeira escolha da maioria dos micaelenses.

Isso tudo e muito mais, infelizmente, no nosso concelho, que é “O Mais Lindo Dos Açores”, acabou.

Depois disso, chega-se à conclusão de que algo está mal, alguma coisa não corre bem, alguém não está a trabalhar bem.

Já todos repararam que me refiro à Câmara Municipal, e aos seus responsáveis máximos, que desde 2002 não fazem mais do que uma eterna campanha eleitoral, aproveitando todos os “tempos de antena” que vão “comprando” com dinheiro de todos nós para anunciarem o vazio que todos nós cada vez mais sentimos.

Resta-nos a alegria e a esperança de mudança. Mudança essa que já se iniciou, já se nota cansaço, já se nota que os povoacenses estão fartos. Já se notam muitas vozes, neste momento, algo revoltadas fartas de falhas e de mentiras por parte deste executivo municipal.

A Povoação merece melhor, a Povoação merece mais, é a ideia que prevalece na cabeça de todos.

Falando em casos concretos.

Nas Furnas, o tão falado, e agora criticado, Complexo Desportivo. Não pergunto para quando o seu fim. Mas sim, para quando o seu inicio? É que já reina a ideia de que simplesmente foi cartaz de campanha eleitoral. Houve furnenses que já disseram que não era necessário tanto. Um campo de futebol sintético, como o que foi construído na Lomba de Cavaleiro servia muito bem os jovens furnenses, atletas do Futebol Clube Vale Formoso. Se assim fosse, se calhar já se teria iniciado e não se teria agravado o preço da obra, como é o caso do Complexo das Piscinas.

No caso da nossa Vila, queria perguntar para quando o arranjo da zona da beira-mar, criada com a obra de protecção da orla marítima. Para quando uma decisão concreta, plausível e aceitável para aquele espaço?

Para quando o prolongamento da avenida na Lomba do Loução?

E as casas que iriam ser entregues na mesma Lomba, mas que afinal não são propriedade da Câmara? E as da Ribeira Quente?

Não posso esquecer também a zona do Morro, mais propriamente a sua praia e a área em frente aos balneares. Zona esta que bem aproveitada e ornamentada, pode muito bem fazer aumentar as condições para que se possa aproveitar aquela praia, até porque é uma praia que em nada nos deixa atrás de outras da ilha.

Muitas outras situações, que em nada nos alegra, ficam por enunciar. A Povoação, e os povoacenses esperam e desesperam por uma Câmara concreta, uma Câmara presente, presente em todos os aspectos.

29.9.07

Somos Todos Portugueses

Todos os portugueses têm direito de votar, desde que sejam eleitores. Tendo estes, para além desse direito, o dever de o fazer. No entanto, muitos eleitores, nestas eleições, não votam por inúmeras razões: por não o quererem fazer, ou por o seu cartão de eleitor não ter sido feito a tempo, ou ainda e também, por uma qualquer razão legal estarem impedidos de o fazer.
É o caso dos estudantes das Regiões Autónomas que por quererem continuar os seus estudos, têm de sair da sua Região.
Nestas alturas, alturas de campanhas eleitorais, só se fala de apelo ao voto por parte de todos. Uns nem querem ouvir, outros apesar de ouvirem nada podem fazer, porque para o poderem fazer teriam de se deslocar a casa por um fim-de-semana, o que nem sempre é possível, sobretudo por razões económicas, especialmente para os estudantes dos Açores.
Nas últimas eleições, as regionais, não houve problema nenhum, tivemos aqui o sistema de voto antecipado, que independentemente do número de votos, são sempre votos úteis.
Acho que somos esquecidos, em certa parte, só porque temos de nos ausentar para que um dia mais tarde possamos voltar e, de alguma forma, contribuir para o desenvolvimento da nossa região. Acho que esse deveria ser um assunto que deveria ser visto pelas entidades competentes, para que só assim todos, mas mesmo todos, pudéssemos dar o nosso contributo ao País, como cidadãos que somos. Até porque se o voto antecipado dos estudantes deslocados, é um acto cívico legalmente previsto para umas eleições, porque será que não o é para outras?
Também porque somos jovens, e somos o futuro deste País, o nosso contributo não deve ser negado por qualquer que seja o motivo.

A Minha Terra



A minha terra é sinónimo de alegria, de bem-estar, de tranquilidade e sossego, de beleza, de simpatia, de desenvolvimento, ou seja, é sinónimo de todo o bom que se tem e que se pode dar.

Como não podia deixar de ser essa tal minha terra de que falo chama-se Açores, onde em cada ilha existe a sua própria beleza natural, que chama atenção de todos, até dos que convivem com ela todos os dias, onde todos, agora, somos felizes e não pensamos em sair, como antes se fazia, para um dia mais tarde voltar e poder continuar a viver essa tranquilidade que reina de ilha em ilha, de açoriano em açoriano.

Cada vez mais, na minha terra, se acredita num futuro com mais alegrias, bem-estar, mais tranquilidade, sossego, mais beleza, mais simpatia e cada vez mais desenvolvimento. E ainda bem que assim o é.

Muitos jovens, como eu, têm de sair da sua terra para prosseguir com os seus estudos, eu sou um exemplo disso. E nem imaginam o que custa sair da nossa terra, para ir para o desconhecido, conviver com o desconhecido. Ir para a tristeza, o mal-estar, a intranquilidade e o desassossego, para uma empatia e para um desenvolvimento quadrado, que mesmo assim cada dia se atrasa mais. Deixando para trás, amigos, conhecidos, família, casa, um dia-a-dia que já estou habituado.Mas isso tudo para que um dia possamos voltar todos à nossa terra, para fazer dela uma região ainda melhor do que ela era quando a deixamos.

Os Açores de hoje não são os Açores de ontem e muito menos os de amanhã. Os Açores de ontem eram uns Açores que eu queria deixar, mas conforme fui crescendo e percebendo a realidade o caso mudou de figura, foi então aí que eu encontrei os Açores de hoje, que eu vou deixar, mas não para sempre, porque agora, tal como muitos outros, penso em voltar disposto a ajudar a construir os Açores de amanhã.